Delegar é o ato de distribuir e confiar o trabalho a outra pessoa.
E delegar, na arte de maternar, é desafio, arrisco dizer, para a imeeensa maioria das mães. Porque quando se fala em “ser uma boa mãe” no senso comum está implícito, fazer tudo. Dar conta de todos os detalhes e abdicar da maior parte de si. E a mãe que delega é egoísta.
Não precisamos dramatizar. Há uma fase da vida em que delegar é complicado mesmo e o pequeno ser que acabou de chegar ao mundo tem na mãe seu tudo, e inclusive a vê como parte de si.
Mas aos poucos, este ponto de intersecção que é por hora tão imenso, vai tendo sua área reduzida, para que cada um tenha espaço para ser quem é, além desta fusão.
Toda mãe sofre com a volta ao trabalho. Ok, isso envolve mais que delegar. Envolve nosso novo eu e o que faz sentido pra nós naquele momento. Mas também envolve muito a culpa, o receio, a angústia de se afastar daquele que é nosso mundo todinho e DELEGAR seus cuidados a alguém.
Fala aí, delegar até pro pai pode ser difícil...
E como diria o sábio, viver não é preciso, e delegar também não é. É impreciso pois envolve compreender as necessidades do momento, as demandas internas que o binômio mãe-filho apresenta, e a quantidade de funções a serem delegadas.
Mas assim como viver, delegar é necessário. Delegar ensina para o bebê que ele pode também confiar em si e no mundo. Delegar ensina a mãe que ela precisa existir além desse título precioso que a preenche. Ser mãe não é ser mártir. Ser mãe é ser feliz. É ser amor e é estar perto mesmo longe. Tão, mas tão perto, porque está do lado de dentro.